Empatia. Sempre senti empatia,
mas a minha primeira lembrança é de briga. Como posso ser empática e briguenta
eu não sei, mas sou. Eu brigo principalmente pelo que acho justo. Quando eu me
acalmo eu firo a minha natureza sutilmente. Acho justo brigar porque as pessoas
erram muito. Eu também erro, mas não tenho problemas de reconhecer o erro e
pedir desculpas. Há não ser quando estou impaciente e desgostosa do mundo.
Ultimamente tenho estado meio assim. É difícil sorrir para o exacerbado egoísmo
e estupidez que nos ronda. Como não dizer a alguém que se revolta porque outro
ser humano come, que ele é estupido? Não importa se são presidiários, comer é
um direito básico e ninguém deveria ficar revoltado porque outra pessoa come
arroz, feijão, carne, frutas e legumes. O fato de outras pessoas não terem
acesso a esse básico é que é revoltante. Não, ninguém acha que é o vilão, mas
sim, certas coisas nos fazem vilões, mesmo que a gente não pense em nós mesmo
desse jeito.