Pesquisar este blog

sexta-feira, 19 de outubro de 2007

sonhos, mentiras, contradição, complemento, extremos.

Viver pode ser prático para alguns, podendo-se levar a vida como todos na sala de jantar, sempre ocupados em nascer e morrer, parafraseando a singular música de Gilberto Gil e Caetano Veloso, Panis et circenses. Comer, dormir, estudar, trabalhar, gastar, gastar, gastar, consumir e ser consumido pela mídia. Como na rotina agitada e sempre atarefada, pode-se achar o tempo necessário para sonhar? Mentiras podem afastar a rotina diária, a obrigação com prazos, dinheiro, amigos, status? A mentira ronda a sociedade contemporânea como uma mosca insistente num doce descoberto em que o padeiro tenta sempre abanar mas não encontra resultado eficaz, a mosca nunca cansa e sempre encontra uma jeito para pousar, se fazer incomoda, suja, presente, irritante. A que ponto pode o sonho virar uma mentira, e como pode adequar a vida a essa (ir)realidade? Chorar adianta? falta de vontade compensa? respirar resolve? contentar-se com nada? ficar apenas inerte, parar... Deve-se parar mesmo, mas parar para resolver, para pensar e seguir adiante. De que adianta consertar a mentira maior, deve-se começar pelas pequenas coisas e colocar o sonho em seu devido lugar. O devaneio deve ser presente no momento em que o mundo pode se apagar, num momento em que ninguem interrompa, num cantinho discreto e pessoal, para que possa criar asas e trazer uma intensidade surreal a propria irrealidade. A mentira deve ser apenas aquela pequena, velha, e pouco usada ferramenta suja, para os momentos em que não há outro jeito. Encontrem o mínimo, e pode-se sublimar o máximo! Tenha o dia, contradiga a vida, sonhe bem, evite a mentira.
Não se deixe ficar, bom dia.